Professora da Harvard Business School explica por que companhias precisam lidar com questões como desigualdade e mudanças climáticas

Via Época Negócios

A pandemia causada pelo novo coronavírus pode estimular muitas empresas a mudar seu propósito de forma positiva. Como? Melhorando as práticas ambientais e sociais. Quem afirma é Rebecca Henderson, professora de Harvard Business School, e autora do livro Reimagining Capitalism in a World on FireEla explica por que as empresas precisam lidar com questões como desigualdade e mudanças climáticas e diz que a crise do coronavírus pode estimular algumas dessas mudanças a acontecerem rapidamente. 

Segundo Rebecca, a meta das empresas não deve ser somente o lucro. “Muitas vezes, achamos que o foco nos lucros é a meta que deve ser alcançada, mas ela deveria o meio”, afirma. A professora defende que as empresas devem estar centradas em propósitos mais profundo. Confira quais são eles: 

Mudar o propósito da empresa 
A pandemia está forçando muitas empresas a pensar em um propósito positivo. “Acho que uma das coisas que a pandemia está fazendo é deixar esse argumento muito claro: a sociedade humana é mais do que ganhar dinheiro. Parece, agora, que os negócios estão avançando e dizendo que, na verdade, estamos aqui para entregar mantimentos, criar bons empregos e proporcionar a prosperidade que a sociedade realmente precisa”, afirma. 

Entender sobre desigualdade
Em seu livro, Rebecca fala sobre três grandes problemas: mudanças climáticas, desigualdade e pobreza e degradação ou colapso institucional. Em reuniões com líderes de empresas, ela diz que era mais fácil levantar questões ambientais do que as que tocam em desigualdade. “[Durante a conversa] Quando chegava em desigualdade, todo mundo olhava para mim como se aquilo fosse trabalho de outra pessoa.”

Agora, como a pandemia expôs as desigualdades existentes, é impossível ignorar. “As pessoas de negócios estão vendo o que todos nós estamos vendo, ou seja, pessoas sendo forçadas a se arriscar sem remuneração adequada, porque não têm assistência médica ou reserva financeira. Acredito que a pandemia está levando mais empresas a pensar genuinamente sobre esse propósito”, diz ela.  

Ser sustentável
Para Rebecca, as empresas que incorporaram o clima e o meio ambiente como pilares das operações provavelmente continuarão a trabalhar neles. Afinal, além do bom impacto na sociedade, os melhores profissionais só aceitam trabalhar para empresas que estão comprometidas com a ação climática e a diversidade. Os investidores também estão pressionando por ações climáticas. Em uma escala mais ampla, a pandemia pode levar a muito mais investimento em tecnologia verde por meio de pacotes de recuperação. “Se vamos gastar US$ 1 trilhão em colocar as pessoas de volta ao trabalho, por que não instalar  painéis solares nos telhados, sem acionar usinas de carvão novamente?”, diz ela.

Foto: Kohei Hara via Getty 

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