Um endomarketing bem feito é um endomarketing que investiga. Ele vai a fundo nas questões das empresas, entende seu público, averigua a origem das suas dores e vai além da comunicação. Só assim os resultados do endomarketing serão sustentáveis. Engajamento e motivação dos colaboradores são os principais deles.
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Essa foi uma das conclusões do primeiro episódio do EndosferaCast, que contou com a participação da equipe da Santo de Casa: Camila Lustosa, diretora de estratégia e conteúdo, Carla Petry, diretora de operações, Parahim Lustosa Neto, consultor de criação e Adriana Menezes, consultora de planejamento, pesquisa e diagnóstico.
As interdependências do endomarketing
Para que os resultados do endomarketing sejam mais efetivos, ele precisa estar em constante interação com diversos setores da empresa. Os interlocutores mais comuns são as áreas de Recursos Humanos (RH)/Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO), comunicação institucional e marketing.
Atualmente, a conversa tem se expandido para áreas mais estratégicas, como a diretoria. “Estamos tirando a intermediação do caminho e indo direto na fonte para entender quais as dores da organização e que tipo de solução podemos oferecer”, ressaltou Adriana. Em algumas empresas, o endomarketing inclusive já está ligado à alta gestão, tornando-se um departamento abaixo da presidência. Camila apontou que “apesar de o endomarketing ser uma responsabilidade compartilhada, é importante ter um profissional pensando e puxando essa frente, pois sua construção é transversal dentro da organização, com o apoio de outras áreas”.
Ademais, os resultados do endomarketing são dependentes do investimento e da estrutura que se oferece para ele. A verba prevista em orçamento é fundamental para a realização das ações e das experiências, segundo Carla. Adriana complementou que, se a alta gestão tiver a clareza de que as pessoas são o meio para atingir resultados positivos, o endomarketing passa a ter mais espaço e importância dentro da organização, pois sua função fica mais clara.
O big bang dos resultados no endomarketing
Parahim defendeu que os resultados do endomarketing só vêm quando a empresa acredita mesmo no trabalho. Não basta apenas contratar uma agência ou consultoria e achar que o fornecedor solucionará todos os problemas: “o endomarketing precisa ser de verdade.”
Na opinião do consultor, a empresa precisa ter a consciência de que aquilo que o marketing externo vende começa nas pessoas, na cultura, no cerne da organização. Ele observou que “não adianta oferecer um produto maravilhoso para fora se o colaborador, que é quem toca aquilo diariamente, não está ciente disso. Essa pessoa deve ser colocada no centro. Ela é o início de tudo, por isso falamos em big bang. É uma explosão que acontece de dentro para fora. Essa energia tem que começar com as pessoas”.
Como mensurar os resultados do endomarketing
Apesar de o impacto dos investimentos aparecerem na ponta, com colaboradores mais engajados e produtivos, apresentar métricas com resultados do endomarketing ainda é um desafio. Mas é possível correlacionar esse trabalho com indicadores de negócio, como turnover, NPS, pesquisas de clima e engajamento, vendas, etc.
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“O que é trabalhado no interno reflete no externo. Esse movimento acontece de dentro para fora. É causa e consequência. Quem trabalha endomarketing vai ter um colaborador mais motivado e engajado, que vai atender melhor, prestar um melhor serviço, produzir um melhor produto. Essa empresa vai ser mais procurada e vender mais. O resultado também é externo”, explicou Parahim.
Carla comentou que também é muito fácil perceber o contraponto, quando uma empresa não tem um bom endomarketing. A equipe é desengajada, não cuida desperdícios, não se atenta à qualidade e não busca a produtividade.
De acordo com Camila, companhias que investem no relacionamento com o colaborador e figuram em rankings como os de melhores empresas para trabalhar têm um desempenho de negócio acima da média. Além disso, Carla observou que elas se tornam organizações desejáveis para os profissionais – e isso envolve outros fatores, como jornadas e marca empregadora. Adriana acrescentou que “no momento que você tem um colaborador compartilhando seu orgulho de estar naquela empresa, e ele o faz porque quer, porque o sentimento é genuíno, isso se torna um indicador claro e orgânico.”
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Endomarketing e ESG
Quando se fala em ESG, a importância de um endomarketing estruturado fica ainda mais latente. A sociedade está de olho nos indicadores ambientais, sociais e de governança das organizações, e já não bastam ações pontuais de sustentabilidade.
Parahim salientou que “o mundo quer saber como essa empresa trabalha e trata as suas pessoas”. E Carla lembrou que “os consumidores agora estão escolhendo as marcas conforme elas atuam e se posicionam em relação à comunidade”.
Essa tendência reforça a ideia de que os resultados do endomarketing são essenciais para o sucesso de uma organização, aumentando o engajamento e a motivação dos colaboradores. Investir nas pessoas é fundamental para garantir que essa energia interna se expanda e gere impacto positivo no exterior.